Você provavelmente ao menos já ouviu falar de uma das duas cinebiografias sobre o mais celebrado cofundador da Apple — seja "Jobs", estrelado por Ashton Kutcher, ou "Steve Jobs", com Michael Fassbender elogiado como o protagonista. Porém, há dois anos, "The (R)evolution of Steve Jobs" estreava nos Estados Unidos. A produção é ambiciosa, uma vez que conta a história do criador da Apple de forma não-linear e de jeito inusitado: com ópera. Assim, o prólogo da produção traz a infância de Jobs, e as demais cenas exibem momentos variados de sua vida, incluindo, claro, o lançamento do iPhone.
A icônica garagem, onde os primeiros computadores da Apple foram desenvolvidos, é considerada um marco histórico. Como não podia ser diferente, essa mesma garagem também brilhou no filme, uma vez que o local pode ser considerado praticamente aquele que o elo que une os fragmentos da história de Jobs: é ali que se passa a cena de abertura, entre um jovem Steve Jobs e seu pai. Além disso, as paredes dela são alteradas periodicamente para se adequarem ao desenrolar da história.
Mason Bates é o DJ que esteve trabalhando na trilha sonora da produção. Ele contribuiu para a trilha sonora trazendo a tecnologia digital ao som clássico das orquestras: para o filme, ele utilizou dois notebooks e um set de baterias eletrônicas junto dos outros músicos ali presentes. O resultado não podia ser diferente: junto da trilha sonora estão os conhecidos sons dos dispositivos antigos da empresa, como o Mac Plus.
Mesmo com o prêmio, a empresa da maçã não fez nenhuma menção ao filme. Entretanto, isso é compreensível; afinal, a Apple não estava diretamente envolvida com a produção e, além disso, a ópera tinha momentos de crítica – o que apenas é mais um reflexo da postura que a empresa mantém, de elogiar o intelecto de Steve Jobs, mas deixar de lado alguns aspectos polêmicos, como decisões comerciais duvidosas. Apesar de seu grande intelecto, a vida pessoal de Steve Jobs sempre chamou a atenção do público; afinal, ele foi adotado quando era apenas um bebê, e demorou anos para aceitar e reconhecer publicamente sua primeira filha.
A ópera foi inscrita em diversas categorias do Grammy apresentado no último final de semana, e levou o prêmio de "Melhor Gravação de Ópera de 2019". Pois é, a orquestra Santa Fe Opera saiu na frente de concorrentes como "Doctor Atomic", "Alceste" e outros nomes. Aliás, pode ser que você tenha assistido à transmissão da premiação e, mesmo assim, não esteja se lembrando do prêmio em questão – isso porque, na verdade, a ópera foi declarada a vencedora em uma cerimônia que ocorreu antes da transmissão do Grammy.
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