Um rascunho da próxima edição da Classificação Internacional de Doenças reunida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pode passar a considerar o consumo excessivo de vídeo games uma condição médica. Publicada nesta segunda-feira (18), a atualização pode ser inclusa na décima primeira revisão do documento, que teve sua última mudança oficial em 1992.
Segundo a entidade, a “desordem de jogatina” é classificada pelo uso persistente e recorrente de games que podem ser tanto online quanto offline. O documento descreve uma condição na qual a pessoa não tem mais controle sobre seus hábitos, dá prioridade crescente aos jogos e continua a jogar apesar de consequências negativas que isso possa trazer.
“O padrão de comportamento é de severidade suficiente para resultar em danos significantes nas ocupações pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento. O padrão do comportamento da jogatina pode ser contínuo ou episódico e recorrente”, afirma o documento, que complementa que o comportamento observado tem que ocorrer por pelo menos 12 meses para um diagnóstico — tempo que pode ser encurtado dependendo da gravidade da condição.
"O padrão de comportamento é de severidade suficiente para resultar em danos significantes nas ocupações pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes"
A decisão da OMS já causa preocupação entre membros da indústria, que veem na inclusão uma possível “demonização” dos jogos eletrônicos. “Entendemos que nossa indústria e apoiadores ao redor do mundo vão continuar elevando suas vozes nesse movimento e exigir que a OMS evite tomar passos que teriam implicações injustificadas para os sistemas de saúde ao redor do mundo”, afirma um comunicado assinado pela UKIE, ESA, EGDF, IESA, ESAC, IGEA, ISFE, KGAMES e UBV&G.
OMS pode passar a considerar “desordem de jogatina” como uma doença via Voxel
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