Atualmente todo entusiasta de tecnologia ou alguém que tem um computador simples em casa sabe que ele é denominado de “desktop”. Mas de onde veio essa palavra e quando é que começamos a usá-la? O termo foi cunhado antes, só que se estabeleceu mesmo foi com a publicação de “Computers and Automation”, de novembro de 1966, que já trazia assuntos discutidos até os dias atuais.
Texto que popularizou o termo foi escrito por Rudy Stiefel, presidente da firma de consultoria Infotran
“Desktop” foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1958, quando as pessoas caracterizavam objetos que podiam ser posicionados sobre uma mesa. Nessa época, os computadores eram muito maiores do que os PCs de atualmente — eles eram grandes mesmo, capazes de ocupar uma sala inteira.
Em meados dos anos 60, contudo, esse cenário estava mudando, assim como todo o mercado. Foi o que a “Computers and Automation” destacou no artigo que popularizou o desktop. Abaixo, a introdução de “Computers large or small? In which direction will they go?” (“Computadores grandes ou pequenos? Em que direção eles vão?”, escrito por Rudy Stiefel, então presidente da firma de consultoria em engenharia Infotran.
“Era uma vez, não há muito tempo, o status de uma companhia de computadores era determinado por quantos metros quadrados seus equipamentos ocupavam e o quanto de ar condicionado era necessário. Um pouco depois, a sofisticação suprema eram os computadores com a maior contagem de transistores”, destaca.
“Isso deixou de ser verdade. Com o progresso da arte e das aplicações, essa sofisticação tornou-se gradativamente desnecessária. Agora o que é considerado moda é aquele computador que pode ser chamado de ‘desktop’ — ainda que haja a necessidade de uma mesa especial para o suporte físico e eletrônico.”
IBM lançava leitor de cartões escritos à mão
Folhear essa revista é uma verdadeira experiência antropológica na história da computação e é curioso notar como muitos dos temas que já nos preocupavam naquela época ainda continuam sendo questões a serem superadas — mesmo na era moderna de big data, computação na nuvem, internet das coisas, inteligência artificial, máquina de aprendizado, realidade aumentada e etc.
Um anúncio em especial chamou a atenção: o da venda de um leitor óptico da IBM que era capaz de identificar os números escritos à mão. Vale lembrar que nessa época a entrada de dados mais comum era realizada por meio de fitas e cartões perfurados. E olha que essa tecnologia também permitia reconhecer as impressões tradicionais e até cartões de crédito.
Outros artigos dedicam muitas reflexões sobre como armazenar e recuperar informações. Desde aquela época, guardar documentos não era assim algo tão difícil quanto encontrar algo específico.
A publicação também traz comentários sobre a chegada da “máquina de datilografia computadorizada”, que já previa os computadores pessoais e o estilo de teclado que usamos até hoje, entre outras coisas. Para lê-la por completo no arquivo mundial Archive, clique aqui.
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