Mais uma vez, PewDiePie, o maior youtuber de games do mundo, propagou comentários racistas durante um de seus vídeos. O fato ocorreu durante uma streaming de Player Unknown’s Battlegrounds neste final de semana e já está gerando muito barulho, principalmente da indústria de jogos.
Felix Kjellberg, nome real de PewDiePie, estava jogando Player Unknown’s ao vivo com um colega que, ao ser morto por outro jogador, vociferou: “What a f**king nigger!”. Basicamente, em uma tradução direta, ficaria algo como “Mas que crioulo do car@lh*”.
Em português, a tradução literal pode não passar o impacto real, mas a palavra é considerada de baixíssimo calão nos Estados Unidos e, frenquentemente, mencionada como a "palavra com 'N'" pelos brancos, pois era uma expressão utilizada como forma de menosprezar e destratar um escravo em séculos passados; no Brasil, seria algo correspondente a chamar um negro das palavras mais baixas possíveis, como "macaco" ou qualquer coisa neste nível. Portanto, a situação é bem pior do que uma brincadeira de mau gosto. Confira o vídeo:
Resposta à altura
Logo depois de pronunciar as palavras, PewDiePie tentou se desculpar e continuar a stream como se nada tivesse acontecido, talvez para minimizar os danos. Porém, os problemas começariam aí. Desde o ocorrido, um desenvolvedor se pronunciou firme sobre o assunto, criticando a atitude de PewDiePie.
Quem veio aos holofotes foi Sean Vanaman, o co-fundador de Firewatch. Em resposta ao vídeo de Felix Kjellberg, o desenvolvedor disse: “existe uma margem de flexibilidade que você precisa ter com a internet quando acorda todos os dias e faz games. Existe também um ponto de ruptura. Eu estou cansado dessa criança ter cada vez mais chances de fazer dinheiro com o que produzimos.”
“Ele é pior que um racista enrustido: ele é um propagador horrível de lixo que realmente causa danos culturais a essa indústria. Eu incitei outros desenvolvedores e estarei alcançando a pessoas muito maiores do que nós para cortá-lo desse conteúdo que o tornou milionário”, disse Vanaman.
O desenvolvedor se defendeu e disse que não odeia ou detesta youtubers ou streamers, pois ele distribuiu mais de 3 mil chaves de acesso de Firewatch para streamers grandes e pequenos. Além disso, Vanaman diz gostar bastante de assistir transmissões ao vivo do YouTube ou Twitch, algo que diz fazer todos os dias. O problema mesmo é o racismo de PewDiePie, que vai resultar em uma ação de direitos autorais por parte de Vanaman com os vídeos de Firewatch ou outros jogos da empresa que o youtuber manter no ar.
Não é a primeira vez isso acontece
O comentário racista pode parecer novidade para alguns, mas não é a primeira vez que PewDiePie se envolve em polêmicas desse tipo. No começo do ano (em fevereiro, para ser mais específico), o youtuber fez um vídeo na qual havia pago US$ 5 para um grupo de indianos exibir um cartaz escrito “Morte a todos os judeus”.
Essa “brincadeira” (que, de acordo com ele, foi feito da forma errada) custou o corte dos laços com a Google e a Disney, algo que trouxe prejuízo ao canal de Felix. O que chama atenção neste novo episódio é que PewDiePie soltou o comentário “sem querer” e de forma não premeditada, ou seja, não foi uma tentativa de fazer uma brincadeira: foi uma atitude natural do streamer que escapou.
E é isso que a indústria e a comunidade têm criticado: há chances que PewDiePie faça esses comentários longe das câmeras e seja uma postura dele. Até o momento, PewDiePie não se pronunciou sobre o ocorrido.
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