Um estudo realizado pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos EUA, revelou uma clara conexão entre o uso de aparelhos celulares e uma maior propensão a se desenvolver o câncer de tireoide – uma glândula situada na parte dianteira do pescoço e que ajuda a regular o metabolismo. No estudo, os pesquisadores avaliaram mais de 900 usuários de celulares e descobriram que os indivíduos que apresentavam determinadas variações genéticas tinham uma chance significativamente mais elevada de padecer da doença.
Celular x câncer
Os cientistas que conduziram o estudo examinaram 176 genes no total e descobriram que os participantes que apresentavam determinadas formas de polimorfismo de nucleotídeo único – um tipo de variação na sequência do DNA – eram 2 vezes mais propensos a desenvolver o câncer do que os indivíduos sem as tais alterações genéticas.
Segundo os pesquisadores responsáveis pelo levantamento, pessoas com polimorfismo – condição conhecida também pela sigla em inglês SNP – parecem ser mais vulneráveis à radiação eletromagnética emitida pelos aparelhos, embora mais estudos sejam necessários para detalhar como diferentes padrões de emissões podem impactar a saúde humana.
Ainda assim, os resultados sugerem que existe uma ligação entre a predisposição genética e o uso de celulares no surgimento do câncer de tireoide e identificar quais variações mais expõem as pessoas ao risco pode, potencialmente, ajudar na prevenção do desenvolvimento desse tipo da doença.
É importante levar em consideração que, embora a pesquisa tenha sido apresentada só agora, o levantamento – realizado com habitantes de Connecticut, nos EUA – foi conduzido entre os anos de 2010 e 2011, época em que os smartphones começaram a ser lançados no mercado. Isso significa que vários fatores precisam ser levados em conta, como o fato de o número de desses aparelhos em circulação no mundo ser bem menor do que agora.
Além disso, a tecnologia era bastante inferior e a introdução dos smartphones também mudou a forma como as pessoas usam os aparelhos – afinal, em vez de andar com os celulares "grudados" nos ouvidos, hoje é muito mais comum a troca de mensagens, por exemplo.
No entanto, o número de pessoas diagnosticadas com câncer de tireoide no mundo não para de aumentar e se trata de uma doença que costuma se manifestar em pessoas mais jovens do que outros tipos de câncer e ser 3 vezes mais comuns em mulheres do que em homens. Portanto, seria importante revisitar o levantamento e examinar como aparelhos mais modernos se sairiam na pesquisa.
Fontes