(Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Sem sair do conforto de uma base militar instalada a centenas de quilômetros de distância, os soldados identificam e interceptam um alvo. Em suas mãos, não há qualquer espécie de arma, mas sim um controle que se aproxima muito daquele visto em um video game da geração atual.
O cenário acima, que parece algo saído de um filme de guerra dos anos 80, atualmente pouco tem a ver com a ficção. Cada vez com maior intensidade, forças militares de países desenvolvidos estão empregando máquinas não tripuladas em suas operações. Equipados com um poder de fogo invejável, esses dispositivos estão se tornando cada vez mais eficientes, baratos e menores.
Porém, não são somente esses dispositivos que devem fazer você temer por sua privacidade e segurança. Neste artigo, listamos algumas tecnologias que podem ajudar a acabar com sua vida sem que você tenha qualquer noção da ameaça que se aproxima. Confira nossa seleção e, após a leitura, não deixe de comentar sobre o assunto em nossa seção de comentários.
Drones inteligentes
Bastante empregadas em ações militares, as aeronaves não tripuladas (popularmente conhecidas como drones) devem se tornar ainda mais inteligentes em um futuro próximo. Em vez de dependerem de um controlador para atirar, esses equipamentos devem ganhar a capacidade de decidir sozinhos qual a melhor maneira de acabar com um alvo.
O projeto UCLASS, desenvolvido pela marinha dos Estados Unidos, é um bom exemplo de como essa tecnologia está se desenvolvendo. Planejado para entrar em operação em 2019, o drone pode ser programado para decolar ou pousar em um porta-aviões com o clique de um mouse.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Os operadores do dispositivo nem sequer precisam aprender a dominar um sistema de controles complicado para operá-lo. Tal qual um jogo de estratégia, basta determinar a rota que o veículo deve seguir e seus pontos de ataque e deixar que ele cuide de tudo sozinho enquanto você cuida de outra tarefa ou faz um intervalo para o café.
Outro exemplo de avião não tripulado inteligente é o Switchblade, equipamento que atua como uma espécie de míssil que pode ser transportado dentro de uma mochila comum. Equipado com um GPS, o dispositivo pode ser programado rapidamente durante uma batalha para explodir automaticamente assim que atingir seu destino. O exército dos EUA já está empregando o aparelho em operações no Afeganistão, indicação de que ele deve passar a ser um equipamento-padrão em operações militares futuras.
Balas guiadas por lasers
Em condições normais, o trabalho de um atirador de elite não é exatamente fácil. Antes de atingir um alvo, ele precisa levar em conta a trajetória da bala e a forma como ela é afetada por elementos como a resistência do ar e a velocidade do vento, que tornam extremamente difícil acertar alvos a grandes distâncias — o recorde atual pertence a Craig Harrison, soldado da cavalaria britânica que matou dois soldados do Talibã a uma distância de 2.475 metros em novembro de 2009.
(Fonte da imagem: Reprodução/Business Insider)
Graças a um projeto do Sandia National Laboratories, em breve essa marca pode se tornar algo do passado. O centro de pesquisas está desenvolvendo uma bala equipada com um chip de computador ligada a um sensor óptico em sua ponta. Guiado por um laser que marca o alvo desejado, o projétil é capaz de percorrer distâncias gigantescas sem que isso acarrete uma perda de precisão.
Apesar de ainda estar em fase de protótipo, a munição inteligente já mostrou resultados impressionantes. Um disparo efetuado com uma arma equipada com a tecnologia a 800 metros de distância possui uma margem de erro de somente 20 centímetros, número que sobe para nada menos que 9 metros quando métodos convencionais são utilizados.
Centros de dados
Embora pareça uma atitude inofensiva, o simples ato de navegar pela internet pode servir como um meio de entregar detalhes sobre sua localização, suas músicas favoritas e até mesmo pequenas contravenções legais que você tenha feito nos últimos meses. Embora a maioria desses dados seja armazenada por empresas privadas, um estudo desenvolvido pelo Brookings Institute indica que não deve demorar muito até que governos botem a mão neles.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
A NSA (Agência Nacional de Segurança) está investindo US$ 2 bilhões na construção de uma central de dados capaz de armazenar tudo o que passa pela internet nos Estados Unidos. O local deve incorporar tecnologias capazes de quebrar a criptografia usada por agências governamentais e empresas, o que permitiria o acesso rápido a dados confidenciais potencialmente perigosos.
Capaz de processar rapidamente as informações que recebe, a central, que deve entrar em operação em setembro de 2013, pode mudar totalmente a cara da rede mundial de computadores. Embora a NSA tenha anunciado que a plataforma vai contar com diferentes controles de segurança para cada tipo de dado armazenado, não deixa de ser extremamente assustador saber que, em breve, o governo dos EUA pode ter um banco de dados completo em que está registrada toda a vida de grande parte das pessoas que habitam o planeta.
Mísseis e bombas em miniatura
Um drone convencional costuma carregar mísseis Hellfire, cujo peso pode ultrapassar facilmente os 45 quilos — algo que não os torna exatamente discretos ou fáceis de serem transportados. Porém, graças a pesquisas de empresas como Raytheon e Textron essa história pode mudar em breve.
Essas organizações estão desenvolvendo bombas e mísseis extremamente eficientes com tamanhos reduzidos, o que amplia o número de drones capazes de transportá-los. Somando isso ao desenvolvimento de métodos de controle remoto mais eficientes e compactos, unidades pequenas do exército poderão usar munições do tipo para invadir ambientes fechados e acabar com seus ocupantes sem ter que se arriscar em nenhum momento.
Mísseis hipersônicos
Capaz de atingir velocidades superiores a 800 quilômetros por hora, os mísseis Tomahawk não deixam de ser um equipamento militar surpreendente. Porém, eles em breve podem se tornar peça de museu graças à próxima geração de armas hipersônicas desenvolvidas pelo Pentágono.
A expectativa é que novas tecnologias permitam a países como os Estados Unidos enviar mísseis extremamente velozes e eficazes a qualquer ponto do mundo a partir de locais de lançamento variados. Tudo isso é resultado de um projeto conhecido como “Prompt Global Strike”, que está sendo desenvolvido pelo Departamento de Defesa do país há mais de uma década.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Entre os resultados obtidos pelos militares está o X-51A Waverider, míssil capaz de atingir uma velocidade seis vezes maior que a do som. Outros exemplos são o “Falcon Hypersonic Technology Vehicle 2” (HTV-2) e a “Advanced Hypersonic Weapon”, armamentos capazes de viajar a Mach 20 e Mach 8, respectivamente.
Tecnologias do tipo têm o potencial de assassinar líderes terroristas localizados a centenas de quilômetros de distância, destruir plantas nucleares instaladas em países distantes ou até mesmo iniciar a Terceira Guerra Mundial. Países como a China e a Rússia poderiam muito bem confundir armas do tipo com ataques nucleares, o que geraria uma resposta militar imediata por parte de suas forças armadas.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Apesar dos riscos, o governo norte-americano não parece disposto a repensar sua estratégia. Mesmo que os testes inicias do Waverider e do HTV-2 tenham apresentado problemas, seus desenvolvimentos continuam em pleno vapor. Cientes dessa situação, outros países começaram a investir em tecnologias semelhantes, o que só ajuda a tornar o mundo um local cada vez mais perigoso para se morar.
Ouvido eletrônico
Embora organizações militares possam capturar imagens e sons de suas atividades cotidianas, geralmente esse é um processo que ocorre de forma separada. Somente após um time de profissionais analisar os dados obtidos é que é possível determinar se uma pessoa realmente está participando de alguma atividade suspeita, processo que consome bastante tempo e recursos.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
A exceção a essa regra é o programa Blue Devil, constituído por um avião com sensores capazes de capturar fotografias e fazer a escuta de tudo o que acontece em um local. Como os equipamentos utilizados são totalmente integrados entre si, uma ligação telefônica detectada por um microfone também serve como indicador para que uma câmera saiba exatamente o que deve filmar.
Voando sobre os céus do Afeganistão desde 2010, o sistema já foi capaz de detectar alvos considerados importantes pela força aérea dos EUA. Um contrato de US$ 85 milhões estabelecido em setembro deste ano deve garantir que a frota de quatro aviões usada pelos militares será atualizada e continuará ativa nas operações em que o país está envolvido.
Robôs nanométricos
Os mesmos avanços tecnológicos que permitem a você comprar um smartphone com um processador quad-core também ajudam a desenvolver métodos capazes de acabar com a vida humana. Armas com tamanho nanométrico (sendo que um nanômetro é 50 vezes mais fino que um fio de cabelo) têm o potencial de acabar com um grupo de pessoas sem que elas tenham qualquer noção do que aconteceu.
(Fonte da imagem: Reprodução/NakedLaw.com)
Teoricamente, um verdadeiro enxame de robôs invisíveis ao olhar poderia ser programado para atacar uma sequência específica de DNA, gerando efeitos semelhantes aos de uma doença fatal. Nas mãos de qualquer governo ou grupo terrorista, uma tecnologia do tipo significaria a possibilidade de acabar com adversários sem envolver qualquer soldado ou veículo militar.
Embora situações do tipo ainda sejam assunto da ficção científica, os riscos do mau uso da nanotecnologia já geram preocupações sérias em grupos governamentais. Ciente dos problemas que a tecnologia pode causar, o Centro Para o Uso Responsável da Nanotecnologia criou uma lista com as consequências negativas que o uso descontrolado desses armamentos pode causar: entre eles, o fim de qualquer matéria orgânica, incluindo os seres humanos que criaram os equipamentos mortais.