Pesquisadores da DeepMind, companhia “irmã” da Google, e a Berkeley, universidade da Califórnia, estudam as correlações e diferenças entre o aprendizado de crianças e inteligências artificiais. Descobertas do estudo podem aproximar sistemas artificiais de seres humanos e suprir atuais deficiências.
A análise parte de interações dentro de um labirinto feito no antigo game Quake III (1999). Ambos os participantes — uma criança voluntária e a inteligência artificial experimental — são colocadas para descobrir uma solução, expostos a controles simples, servindo exclusivamente para andar para frente; para trás; esquerda ou direita.
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Esse ambiente ressaltará características do indivíduo estudado, como noções de navegação e memorização. A universidade Berkeley procurava diferenças entre a IA e a criança quando expostos a um ambiente desconhecido, impondo que seja explorado. Para isso, os labirintos deveriam ser resolvidos de duas diferentes formas: percorra o espaço livremente e, na segunda tentativa, encontrando uma bala em algum lugar do labirinto.
Curiosamente, o primeiro cenário ressaltou semelhanças entre as crianças e uma IA Depth-first search (DFS), algoritmo capaz de percorrer árvores de dados — devidamente adaptado para o experimento. Ambos exploraram ambientes desconhecidos até encontrar um beco sem saída; depois disso, retornam para o último caminho alternativo encontrado e repetiram o processo.
Cerca de 90% das crianças adotaram essa estratégia; já no segundo cenário, 96% delas realizaram o método. Ademais, aquelas que optaram por explorar todo o labirinto no primeiro experimento alcançaram a bala escondida mais rapidamente do que as crianças menos curiosas.
Crianças são mais tolerantes a adversidades
No segundo experimento, as condições foram ligeiramente alteradas. Agora, composta por 3 diferentes fases, a simulação colocava crianças para explorar o labirinto livremente; no cenário seguinte, precisavam encontrar uma bala e, por fim, precisavam encontrar a mesma bala, mas bloqueando o caminho utilizado anteriormente.
Diferente da IA, as crianças não se sentiram desencorajadas depois que encontraram o obstáculo da fase final; pelo contrário, eles procuraram pela rota alternativa e encontraram o doce. Enquanto isso, inteligências artificiais tendem a não lidar bem com esses obstáculos.
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