Sergey Aleynikov depois de sair da primeira acusação. (Fonte da imagem: Reprodução/Garr’s Posthaven)
O que faz projetos de código aberto evoluir é a condição que suas licenças gratuitas aplicam, garantindo que, quem modificar o software que adquiriu sem pagar, deve retornar a modificação para a comunidade. Ou seja, você recebe de graça, mas precisa devolver seus avanços para os demais. Isso, entretanto, não é o que o banco Goldman Sachs costumava fazer. Tanto que acusou um de seus engenheiros de software de ter roubado e publicado 8 MB de seu código proprietário, que na verdade era misto.
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A história é complexa, mas é possível entender em linhas gerais como a empresa pode ter exagerado nas medidas que tomou conta seu antigo funcionário, Sergey Aleynikov. O acusado trabalhava para o banco quando, em 2009, foi preso por publicar propriedade intelectual da empresa na internet. Se tratava de código misto que nunca tinha sido devolvido para a comunidade.
Sergey Aleynikov explica que, depois de trabalhar em um projeto no qual foram utilizadas licenças gratuitas, foi ao seu chefe para pedir autorização para publicar o conteúdo. Ele recebeu um sonoro “não”, com desculpas de que agora o software era de propriedade do Goldman Sachs.
8 MB e por 8 anos de prisão
Antes de se desligar da empresa por atritos como esse, Sergey Aleynikov chegou a publicar de fato os 8 MB de código para a comunidade de desenvolvedores. Teoricamente, tudo deveria ser apenas conteúdo aberto, sem traços do trabalho da Goldman Sachs. Como a empresa tinha o hábito de não se importar em devolver seus avanços em software livre, uma parte do código era proprietário da empresa, mas estava misturado com o restante.
Aleynikov acabou sendo acusado por conta dessa parte, foi preso e cumpriu alguns meses de prisão por isso, quando poderia ter ficado mais de 10 anos na cadeia. Isso só não aconteceu porque ele foi absolvido em uma corte superior. Agora, depois de ter se livrado das acusações anteriores e ter cumprido tempo preso, Sergey Aleynikov continua sendo acusado pelo banco pelo mesmo crime, coisa que a lei dos EUA não permite, e recebeu uma nova sentença de 8 anos.
A situação de Sergey Aleynikov está sendo exposta em diversos sites, mas Garry Tan, em seu Garry’s Posthaven, fez uma análise de toda a história do caso e classificou o engenheiro como gênio no que faz.
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