Dara Khosrowshahi, o CEO da Uber, se encontra em meio a uma polêmica após ter atribuído a morte do jornalista Jamal Khashoggi do Washington Post em 2018 como apenas um "erro" do governo da Arábia Saudita que, de acordo com investigações da CIA, foi responsável pelo assassinato.
O empresário estava participando de uma entrevista para a série documental Axios da emissora norte-americana HBO, quando afirmou que o assassinato de Khashoggi foi um erro perdoável, comparando aos erros da própria Uber com veículos autônomos.
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Quando o entrevistador questionou essa comparação, já que o acidente envolvendo uma pedestre com um desses veículos foi, de fato, um erro, Khosrowshahi desviou de uma resposta concreta, dizendo que de certo ponto de vista o governo, que é um dos maiores investidores da empresa, é como qualquer outro acionista.
Após a entrevista, o CEO, presumivelmente aconselhado por seu departamento de relações públicas, escreveu uma nota à Axios, afirmando que havia dito algo no qual ele não acredita e que o assassinato de Jamal Khashoggi foi repreensível e que não deve ser esquecido e nem desculpado.
Um ano antes de sua morte, Khashoggi havia fugido da Arábia Saudita, seu país natal, por não concordar com as ações do atual governo árabe e seus líderes, o príncipe Mohammad bin Salman e o rei Salman. Durante uma visita ao consulado do país em Istambul na Turquia, o jornalista foi assassinado e, segundo fontes anônimas da polícia turca, desmembrado.
Acredita-se que os assassinos de Jamal Khashoggi estavam sob ordens diretas do príncipe da Arábia Saudita e que, supostamente, estava presentar através de uma chamada de vídeo enquanto o jornalista era torturado até a morte. O corpo de Khashoggi permanece desaparecido.
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