Como o Kevlar para uma bala de arma de fogo

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(Fonte da imagem: Flickr/StuartBannocks)

O Kevlar é, sem sombra de dúvidas, um material incrível. Embora seja um tecido leve e maleável, ele pode parar uma bala disparada à queima roupa com eficiência; algo que, certamente, um casaco comum não consegue fazer.

Mas como um material que poderia ser facilmente confundido com um pedaço de pano consegue ser mais resistente até mesmo que o aço? A resposta para isso pode ser encontrada em um brinquedo adorado por muitas crianças: a cama elástica.

Ambos funcionam de maneira bastante semelhante: quando um objeto entra em contato com sua superfície, as fibras do tecido absorvem e dissipam a energia do impacto, diminuindo sua velocidade. A diferença é que o Kevlar é muito mais resistente, isso impede que ele rasgue diante da alta velocidade da bala.

Fabricando Kevlar em dois passos

Para chegar ao tecido usado nos coletes à prova de balas, não é preciso montes de processos complicados, mas apenas dois passos relativamente simples, segundo o ExplainThatStuff. Primeiro, é necessário produzir o elemento básico do Kevlar, um plástico extremamente resistente chamado aramida.

Depois, esse material é transformado em vários fios através de um processo chamado “wet spinning” (“giro molhado”, em tradução livre). Nele, uma solução derretida da aramida é forçada através de uma fieira, transformando-se em uma fibra que pode ser tecida normalmente.

Trabalho em equipe

(Fonte da imagem: Flickr/MARS Armor)

O Kevlar pode ser a parte mais importante na hora de fabricar um colete à prova de balas, mas uma única camada do tecido não seria capaz de dar grande proteção. Por isso, esses trajes contam com várias camadas diferentes, usando até mesmo outros materiais para aumentar o nível de resistência da roupa. Neste caso, a regra do “quanto mais, melhor” é o que vale.

Resistente, mas não faz milagres

Por melhor que o Kevlar possa parecer, atravessá-lo não é impossível. Fatores como o nível de proteção do colete, o modelo de bala usado contra ele, a distância do disparo, a posição em que o projétil atinge o traje e, principalmente, o número de disparos que o tecido recebeu podem alterar completamente a forma como ele resiste.

Mas nada disso faz muita diferença diante das balas penetrantes, criadas especialmente para atravessar qualquer colete que estiver no caminho. Apenas os melhores modelos de trajes são capazes de resistir a essa munição, seja qual for a arma usada para o disparo.

Isso não quer dizer que apenas balas penetrantes são um perigo para o Kevlar: embora o tecido aguente bem disparos de pistolas e até mesmo escopetas, a munição de um rifle consegue atravessar os modelos mais comuns de colete sem dificuldade.

Também é importante avisar que, mesmo que o colete seja capaz de aguentar um disparo feito contra ele, o tiro ainda pode ser mortal para uma pessoa. Isso porque a energia do impacto ainda atinge seu alvo, com força suficiente para quebrar ossos e até mesmo ferir órgãos internos. Se você duvida que o estrago possa ser tão grande, é só ver o vídeo abaixo.

Faca, a criptonita do Kevlar

Muita gente acredita no mito de que o Kevlar também é útil contra armas brancas, mas isso não passa de mentira. O tecido é capaz de resistir muito bem a impactos, mas materiais cortantes conseguem inutilizar essa característica, rasgando um traje com facilidade.

Essa fraqueza do colete à prova de balas obrigou a população do Reino Unido a “voltar” para a era medieval: por lá, as chances de você ser esfaqueado são muito maiores do que de levar um tiro. Embora existam versões do traje feitas especialmente para esse caso, elas são menos eficientes na proteção contra tiros e custam mais caro.

Assim, há um número maior de pessoas que usam cotas de malha (sim, aquelas utilizadas por cavaleiros) do que trajes de Kevlar, já que elas são mais eficientes para impedir uma arma branca.

Kevlar, mil e uma utilidades

Se você pensa que esse material é útil apenas na hora de parar balas, saiba que está muito enganado. Segundo o site wiseGEEK, existem diversas versões de Kevlar, feitas para propósitos específicos.

A mais famosa delas é o Kevlar 29, que é usada nos coletes tão falados por aqui, além de ser um componente para pastilhas de freio e um substituto para o amianto. As roupas de proteção contra fogo utilizadas pelos bombeiros também são desse tecido ou, mais precisamente, de uma variante do material chamada Nomex, criada para resistir a temperaturas intensas.

Há também outras duas versões do material, um pouco diferentes de suas irmãs mais célebres. A primeira delas, o Kevlar comum, é uma substituta para itens que se assemelham a borrachas, sendo principalmente utilizada como revestimento de abrigos contra tornados. Já o Kevlar 49 é um material muito mais resistente, mas nada maleável, que pode ser encontrado em cascos de barcos e quadros de bicicletas.

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Desde sua criação, o Kevlar se provou um dos materiais mais úteis para proteger as pessoas, ganhando espaço até mesmo na alta-costura. Talvez, em alguns anos, seja comum andar por aí vestindo roupas feitas desse tecido; algo que, provavelmente, vai tornar nossa vida muito mais segura.

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