Fabien Cousteau, neto do famoso explorador marítimo, conservacionista e pioneiro do mergulho autônomo Jacques Cousteau, construirá uma “estação espacial internacional” subaquática, chamada de PROTEUS em referência ao deus grego do mar. Elaborada através do Fabien Cousteau Ocean Learning Center, o projeto servirá como uma plataforma colaborativa para estudo dos oceanos.
Em entrevista ao site HowStuffWorks, ele comentou sobre a iniciativa, descrevendo-a como “a mais avançada estação de pesquisa científica subaquática para lidar com as preocupações mais críticas da humanidade: descobertas medicinais, sustentabilidade alimentar e os impactos das mudanças climáticas”. Segundo a Forbes, a construção e operação do habitat custará cerca de US$ 135 milhões somente em seus três anos iniciais.
“PROTEUS será o primeiro de uma série de habitats subaquáticos e resultará em pesquisas e descobertas incomparáveis — também permitirá a colaboração global com as mentes mais brilhantes”, destacou. Apesar de ainda não revelar a data de lançamento, o protótipo será construído na costa de Curaçao, em uma área marinha protegida com biodiversidade no Caribe, cerca de 18 metros abaixo da superfície.
Pensada para acomodar 12 cientistas ao mesmo tempo, a estação contará com um espaço de 372 metros quadrados e ficará aberta para acadêmicos, empresas privadas e organizações não governamentais com trabalhos voltados para a temática.
Fabien Cousteau durante a Missão 31Fonte: YouTube/Reprodução
A ideia surgiu a partir da Missão 31, desafio em que Fabien Cousteau ficou 31 dias debaixo d'água para estudar o ambiente marinho e angariar fundos para o laboratório subaquático Aquarius, único existente.
Vale apontar que essa aventura também foi responsável pela produção de diversos trabalhos científicos ao redor do mundo. “[Naquela ocasião], vi o que era necessário para acomodar aquanautas por mais tempo e o que mais poderia ser feito para atender aos requisitos adicionais decorrentes da vida subaquática”, falou.
“O que fortalece muitas das minhas decisões é fazer um planeta melhor para os nossos jovens crescerem. PROTEUS terá um estúdio de produção de última geração, o que nos permitirá criar vídeos incríveis no local e ao vivo com salas de aula em todo o mundo. Na Missão 31, nos conectamos com mais de 100 mil alunos em todos os continentes e a PROTEUS será capaz de expandir esse alcance”, adicionou.
Jacques CousteauFonte: YouTube/Reprodução
Ao refletir sobre a influência e legado de sua família no desenvolvimento do projeto, ele destacou que não se sentiu pressionado para seguir os mesmos passos dos antecessores. “Mas crescer mergulhando, desde aos quatro anos, e depois ter aventurado no navio de pesquisa Calypso se tornou uma sala de aula incrível. Aprendi muito com meus avós e os outros membros da tripulação”, revelou.
“Ter esse acesso ao oceano e à vida marinha foi incomparável. Hoje, mantenho a mesma sensação que tive quando criança — ainda fico maravilhado em observar tudo o que o oceano tem a oferecer e nos ensinar. À medida que continuo a aprender e descobrir mais sobre o oceano, tenho em mente a citação do meu avô: ‘As pessoas protegem o que amam, amam o que entendem e entendem o que lhes é ensinado’”, finalizou.
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