As plantas que brilham no escuro só eram encontradas na ficção, como as mostradas no filme Avatar. Agora, elas já são uma realidade, graças ao grupo de cientistas que descobriu uma maneira de criar plantas capazes de brilhar no escuro por todo o seu ciclo. A novidade foi apresentada em um artigo publicado na revista Nature Biotechnology, na última segunda-feira (27).
Bioluminescência é a capacidade dos organismos de brilhar ou emitir luz. Ela ocorre em uma ampla variedade de animais e micro-organismos, como insetos, fungos, peixes e plânctons, entre outros. Porém, não está presente nas plantas — por isso, vários cientistas trabalham na tentativa de produzi-la artificialmente.
O grupo liderado pelo pesquisador da Academia Russa de Ciências Karen Sarkisyan acabou saindo na frente. No projeto, eles transferiram sequências de DNA de um fungo bioluminescente para plantas de tabaco, acoplando-os ao metabolismo delas. Estes genes transformam o ácido cafeico na luciferina, que emite energia na forma de luz.
Como resultado, as plantas de tabaco passaram a emitir uma luz esverdeada, que pode ser notada tanto durante o dia quanto à noite, de acordo com o estudo (veja no vídeo acima). A pesquisa aponta ainda que a luminescência se manteve durante todo o ciclo de vida da planta, da fase de muda à maturidade. Outro detalhe revelado é que as áreas mais brilhantes são as flores.
Utilidades da tecnologia
Segundo Sarkisyan, que é CEO da startup Planta, uma das integrantes do projeto, a tecnologia pode ser usada, futuramente, para visualizar as ações de diferentes hormônios no interior dos vegetais, durante seu ciclo de vida, de maneira não invasiva.
Ela também facilitará o monitoramento de respostas das espécies às mudanças da natureza e a estresses sofridos.
A tecnologia permite observar o interior das plantas.Fonte: Twitter/Karen Sarkisyan
A técnica pode ter ainda outras utilidades, como a produção de plantas bioluminescentes específicas para a iluminação de áreas públicas e até mesmo para a decoração de ambientes.
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